Vapor de Quitina












Exalo uma bruma suave de tristeza,
um sentimento que me adere e envolve.
Sua natureza não é lancinante, apenas dá o tom.

Antes, era um destilado ácido que corroía a pele,
os nervos, e me torturava.
Agora é turfa que banha a paisagem.

Além da névoa, em seu voo famélico,
um bando de carniceiros se afasta.
Não pode avistar a carniça.

Porque, abaixo do alcance, meu corpo tem como escudo este ar inventado,
esta sua imanência em vapor de quitina,
matéria indígena da própria travessia.
¬ lpz

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