O Ranço da Opressão

Aquele que se sentiu discriminado e, ao atingir o posto privilegiado, apela para a revanche, cai no vício do seu opressor. Em termos de povo, não expande os limites do popular porque não inclui, não agrega. Ainda que na direção oposta, prima em apenas destruir. Trai a lógica inerente a sua origem plasmada na permeabilidade do gesto e na movência da transformação. Sua rigidez destitui o tirano, mas não a tirania. Seu ranço de trauma confunde afirmação com conversão, e perpetua a mazela ideológica que o agrediu. Com o corpo, o gesto e a voz absortos na fantasia da vingança, recorre à força para inverter o sentido da repulsa nas fronteiras e, ao submeter, reproduz a atitude excludente. Oprime às avessas.
¬ lpz

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