O Crime da Norma

Qualquer um pode ser tirano, autoritário ou déspota, enquanto existir o consentimento dos que não são. É a condição para a coexistência. A fronteira é sutil, machuca, mas esse é o timbre da voz para as liberdades. O problema é quando se impõe a ditadura. Esse caráter é mais agudo.

Totalitária, sua ação corrosiva é tão extensa que se alastra até à residência do mandatário, chega ao âmago da sua intimidade e, como num jogo de roleta russa, o executante torna-se objeto da opressão do sistema que ele mesmo impôs.

Não há escapatória quando a arrogância acusa a própria cabeça. Absorto, convicto da aposta que fez na impossibilidade de protagonizar o seu último gesto, o mentor é submetido à fagocitante norma primeva de sua obra:
  1. A ditadura criminaliza qualquer ato de ser.
¬ lpz

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