'Mandai-me Senhores, hoje
que em breves rasgos descreva
do Amor a ilustre prosápia,
e de Cupido as proezas.
Dizem que de clara escuma,
dizem que do mar nascera,
que pegam debaixo d’água
as armas que o amor carrega.
O arco talvez de pipa,
a seta talvez esteira,
despido como um maroto,
cego como uma toupeira
E isto é o Amor? É um corno.
Isto é o Cupido? Má peça.
Aconselho que não comprem
Ainda que lhe achem venda
O amor é finalmente
um embaraço de pernas,
uma união de barrigas,
um breve tremor de artérias
Uma confusão de bocas,
uma batalha de veias,
um reboliço de ancas,
quem diz outra coisa é besta.'
[Gregório de Matos]
***
Esses versos marcaram minha existência quando fiz a cena de 'Gregório Voz e Guerra' na Escola de Teatro Martins Pena, em 1995, em que 'Maria Berco' declama 'Definição do Amor', de Gregório de Matos para 'Gregório de Matos'.
Na foto de Flávia Barros, Alexandra Moraes, como Maria Berco, e Luciano Pozino, como Gregório de Matos, o Boca do Inferno
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