Rio Pra Não Chorar

Se o Carnaval ainda fosse para o desbunde, para a indignação, para o riso libertador, talvez o glamour em meio a urina fosse um gesto importante.

No entanto, não fosse tão previsível a atual indústria do contentamento, com sua máscara politicamente correta acoplada nas caras dos gentios, atraídos aos milhares pela expectativa da cópula anual agendada, eu ainda pensaria estar no Brasil do Brasil, e não num Rio que agoniza.

Hoje, imersa na cidade interditada pela obra de aparência e fins misteriosos, a explosão acontece em rojões antes da escola de samba entrar. Não eclode da catarse do folião desejoso, mas da programação que antecipa o cliente satisfeito.
¬ lpz

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